quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Em Movimento pelo Sim!

Há muitos anos atrás acompanhei um casal muito jovem, cuja rapariga engravidou «sem querer».
Segui de muito perto os momentos de angústia, as incertezas, a dor física e psicológica dos dois namorados que corriam contra o tempo, entre o arruinar da esperança das suas vidas ainda imberbes e a responsabilidade de deixar nascer uma criança que era duvidoso serem capazes de educar e criar convenientemente.
Fui testemunha do pesadelo pessoal e da luta titânica que travaram contra a vergonha e a crítica de uma sociedade que não respeita o Outro e que então assolava os seus passos… sobretudo quando se confrontaram com o monstro chamado «aborto»!
A minha mão serviu apenas de amparo, o meu silêncio serviu de reduto, em minha casa choraram-se lágrimas doridas da raiva que chegava ao desespero.
A 11 de Fevereiro espero apenas que o meu voto no SIM pela despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez ajude tantos outros jovens, tantas outras realidades muito mais solitárias e muito mais dolorosas a enfrentarem de cabeça erguida um acto que só por si já é suficientemente penalizador.
Que a Mulher decida, que a Sociedade respeite e que o Estado garanta.
MJ

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